quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Lula diz esperar que eleições não atrapalhem reforma tributária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que os parlamentares não devem aproveitar as eleições municipais de outubro para atrasar a votação da proposta de reforma tributária. No Congresso, entretanto, os parlamentares admitem que o calendário eleitoral será o maior empecilho para votação da reforma, que pode contrariar interesses de alguns Estados.
"O ideal é que a política tributária mereça a pressa que todo mundo diz e que o governo acha que merece. Penso que [os parlamentares] poderiam discutir e votar ainda este ano", disse Lula antes de reunir com empresários no Palácio do Planalto.
Em resposta à oposição que cobra pressa na execução de medidas contidas na reforma tributária, Lula disse que se pudesse elaboraria a proposta por meio de decreto. Amanhã a proposta deverá ser remetida ao Congresso Nacional.
"Se o governo pudesse fazia [a reforma tributária] por decreto. Como não pode, temos de mandar as instâncias democráticas aprovarem. E, o Congresso é o local para votar a reforma", disse o presidente.
Segundo ele, o ideal é que os políticos contribuam com a reforma colocando em prática o que defendem em seus discursos. "Estou convencido de que se todos os políticos fizerem valer os discursos feitos durante toda a vida deles e na última campanha, eles [os políticos] vão fazer propostas de mudanças e aperfeiçoar. Mas irão votar a reforma", disse.
Parlamentares que acompanham as negociações sobre a reforma afirmam que a tendência é que a votação dos itens da proposta seja fatiada por segmentos, e não integral, como gostaria o governo.
Divergências
O presidente ressaltou ainda que as negociações e eventuais modificações na proposta da reforma tributária devem ser feitas no Legislativo, mas com a colaboração de todos os segmentos da sociedade.
"Não é uma proposta de governo. É uma proposta feita com muitas mãos e cabeças. Esperamos que depois de dada a entrada no Congresso, ele [o Congresso] discuta e aperfeiçoe. E que prefeitos, governadores, empresários e trabalhadores ajudem", afirmou Lula, que na segunda-feira se reuniu com centrais sindicais para debater o assunto.
Ontem, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) se reuniram com integrantes da oposição --DEM, PSDB, PPS e PSOL-- para discussão da reforma tributária. Na ocasião, alguns dos parlamentares reclamaram que a proposta era tímida e não apontava grandes avanços.
Lula evitou entrar na polêmica, mas ressaltou que as medidas contidas na proposta representarão conquistas para o país. "Acabaremos com a guerra fiscal e dotaremos o Brasil de uma política fiscal e tributária e que faça mais justiça social. Acho que todos ganham", disse ele.

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