terça-feira, 16 de setembro de 2008

Para deputado, recordes de arrecadação do governo tornam CSS desnecessária


Os recordes de arrecadação do governo deixam claro que não há necessidade de um novo "imposto do cheque" para substituir a CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira). A afirmação é do deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), que declara, também, que, até julho de 2008, o país arrecadou mais do que toda a receita prevista pela contribuição extinta em dezembro de 2007.
"O governo tem maioria na câmara e não aprovou a regulamentação até hoje porque não quis, apesar da nossa luta. E agora, atrelou qualquer reajuste nos recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) à uma nova CPMF", disse o deputado, que coordena a Frente Parlamentar da Saúde, responsável por analisar as contas públicas do setor.
No vermelho
Levantamento realizado pela frente parlamentar mostra que o dinheiro previsto para a Saúde acaba em outubro, e será preciso um crédito suplementar de R$ 5,5 bilhões para que as contas sejam fechadas até o final do ano. Guerra lembra que, em gosto do ano passado, o governo reajustou a tabela do SUS, mas não previu recursos no orçamento para isso.
Na avaliação do deputado, há dinheiro em caixa para pagar as contas, o que falta é vontade política do governo. "Na verdade, os recursos para a Saúde são sempre insuficientes", afirmou. Segundo a Agência Brasil, Guerra afirma que o governo vem protelando a regulamentação da Emenda Constitucional 29 desde 2003, a qual fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por estados e municípios.
CSS
A Câmara aprovou em junho proposta que regulamenta os gastos com a Saúde previstos na Emenda 29. O texto prevê a criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), a ser cobrada nos moldes da CPMF, com alíquota de 0,1% e arrecadação totalmente direcionada para o setor.
A matéria não seguiu para o Senado porque ainda falta votar um último destaque da oposição, que reduz a zero a alíquota do novo imposto, o que na prática inviabiliza a contribuição. Para o líder do PT, Maurício Rands (PE), o assunto deve voltar a ser discutido pela Câmara depois das eleições. "A bancada do PT tem claro que a saúde pública precisa de um enfrentamento mais audacioso, de melhoria do padrão de gestão e também de fontes permanentes de financiamento", afirmou.
A bancada do PT, disse Rands, avalia que a Câmara já firmou vontade majoritária sobre a questão e vai aguardar a volta do período das eleições para saber como pensam as demais bancadas.
Além de criar a CSS, a proposta que regulamenta os gastos com a saúde traz outra novidade: a manutenção da regra atualmente seguida pela União para destinar recursos ao setor. Em vez dos 10% da receita bruta atual, definidos pelo Senado, o texto determina que o governo federal aplicará o mesmo valor empenhado no ano anterior somado à variação nominal do PIB, além do adicional de arrecadação do novo imposto, se for aprovado. Fonte: InfoMoney

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