Dizendo-se machucado por inúmeras críticas recebidas tanto de parlamentares quanto de cidadãos de todo o país, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) ocupou a tribuna para explicar seus motivos ao propor o adiamento da votação a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), durante a apreciação da matéria, na sessão deliberativa que se estendeu até a madrugada desta quinta-feira (13).
Na opinião de Simon, mesmo tendo a carta dos ministros e a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegado na última hora ao Plenário do Senado, mereciam ser levadas em conta pelos senadores em razão da relevância das propostas nelas contidas -de destinação integral dos recursos da CPMF para a área da saúde e de discussão da reforma tributária.
- Em primeiro lugar, eu tenho como norma agir de acordo com a minha consciência, de acordo com aquilo que eu acho que está certo, e não de acordo com aquilo que, politicamente, me deixa bem - disse ele, em respostas a questionamentos encaminhados à sua página na Internet.
Analisando o histórico das prorrogações da CPMF aprovadas pelo Congresso Nacional, desde a sua criação em 1993, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, até o momento atual, Simon lembrou que em todas as votações de revalidação da cobrança do tributo promessas foram feitas por parte do Executivo no sentido de implementar uma reforma do sistema tributário, que, no entanto, nunca se realizou.
Simon chamou a atenção para o fato de, em seu discurso, não ter feito apelo, em momento algum, para a aprovação da prorrogação da CPMF.
- Eu fiz um apelo no sentido de pararmos às 10h [22h], sentarmos à mesa e discutirmos. O governo está propondo tudo para a saúde, a vida inteira quisemos isso e não conseguimos - argumentou.
Encerrando seu pronunciamento, Simon sugeriu ainda ao parlamentares que se reúnam com o Executivo para discutir, nos meses de janeiro e fevereiro, uma proposta de reforma tributária para o país.
Laércio Franzon / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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