domingo, 26 de outubro de 2008

Arrecadação real de impostos bate recorde

A arrecadação real de impostos e contribuições federais – deflacionada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – registrou R$ 55,663 bilhões em setembro. O valor cresceu 8,06% na comparação com igual mês de 2007 e 2,95% sobre o mês anterior, segundo dados da Secretaria da Receita Federal divulgados ontem. É um recorde mensal para o período.
Com o resultado, a arrecadação real tributária nos primeiros nove meses do ano acumulou R$ 508 bilhões, 10,08% maior que o apurado em igual etapa do ano anterior. Se considerar os dados nominais, a arrecadação atingiu R$ 499 bilhões, com taxa de crescimento de 14,82%, em igual base de comparação.
O resultado foi influenciado pelo crescimento econômico, que elevou a lucratividade das empresas ao longo deste ano.
O risco é que a receita oriunda dos impostos de Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre a rentabilidade das empresas, e Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) seja reduzida. Em setembro, houve recuo da arrecadação de impostos de setores que enfrentam dificuldades diante da crise internacional. São os casos do Imposto que incide sobre as operações de crédito (IOF) e CSLL.
A receita oriunda do IOF recuou 5,70% para R$ 1,8 bilhão no mês passado, após atingir R$ 1,9 bilhão em agosto. Em setembro do ano, passado a arrecadação do IOF havia sido de R$ 682 milhões. Já a arrecadação de CSLL caiu 6,67%, de R 3,2 bilhões para R$ 3 bilhões, entre agosto e setembro. Sobre setembro de 2007, a CSLL subiu 27,78%.
O Fisco nega qualquer impacto da crise sobre os números divulgados em setembro.
– Se houver impacto da crise nos dados, os efeitos irão aparecer daqui a três meses. Até agora os dados não acusam os efeitos da crise instalada – minimizou o secretário-adjunto do Fisco, Otacílio Cartaxo.
Ele também nega que a falta de liquidez de crédito no mercado tenha contribuído para a queda da arrecadação do IOF.
– A queda do IOF não reflete a escassez de crédito no mercado, pois o indicador que temos é de crescimento nas operações de crédito em agosto. E não dá para comparar o mês de setembro com o de agosto, existem fatores sazonais – disse o secretário-adjunto.
Cartaxo disse que a preocupação do Fisco é com a arrecadação em 2009, quando eventualmente haverá perdas na receita oriunda dos tributos em decorrência da desaceleração da economia mundial.
– Nossa preocupação é para o próximo ano. Esse ano nós vamos alcançar as metas, de crescimento – disse o secretário. Fonte: Valor Econômico

Nenhum comentário: